Ironias de um país adiado
No país dos Magalhães e dos Quadros Interactivos existem realidades que escapam ao mais paciente dos seres humanos.
Numa escola do 1º ciclo de Vila Nova de Gaia (Lagarteira, Canelas) existe uma turma com pouco mais de 20 meninos que tem, desde o seu arranque, dois anos: agora tem 6 meninos do 4º ano e 16 do 3º.
No ano lectivo transacto andaram a saltar de Professor em professor até que algures em Novembro uma docente contratada pegou na turma e ... foi brilhante. Energia, qualidade, paciência, carinho, rigorosa... Do melhor que por aqui se viu.
Acontece que a Professora era contratada e não foi reconduzida - aqui, a dimensão administrativa da Escola Pública prejudicou os alunos.
Em resultado dessa opção do Ministério, a Professora ficou desempregada e os alunos sem docente.
Começou este ano e foi colocada uma docente que ao fim da primeira semana meteu atestado e foi embora...
Desde então, tudo o que tem acontecido seria digno de estar registado na obra de Kafka:
- durante duas semanas os alunos foram "guardados" por duas professoras dos apoios, na medida em que uma só se revelou insuficiente.
- Um novo docente foi colocado para assegurar a turma por um mês, mas logo que lhe apareceu algo melhor, partiu.
A turma continua sem Professor... E, sim, a Professora que foi brilhante o ano passado, continua em casa desempregada.
Não há explicação razoável para este tipo de situação e por isso os Pais e Encarregados de Educação desta Escola, cansados por andarem a bater a tudo quanto é porta, vão avançar de outro modo:
- 2ª feira à noite teremos uma reunião para discutir esta questão e avançar com novas formas de pressão sobre o inimigo invisível que teima em estragar o futuro dos nossos filhos.
Não vamos ficar parados perante este ataque à Escola Pública e ao Direito de Aprender.
3 comentários:
Força companheiros. A escola deve deixar de ser um centro de emprego dominado pelos sindicatos mais as suas regras. A contratação deveria ser do agrupamento. As regras do concurso só são boas para os professores. O interesse dos alunos, esses só depois, lá no fim.
Penso que JB não sabe do que falta quando refere3 que o emprego docente é dominado pelos sindicatos. Deveria asber que quem regulamenta as regras dos concursos e é responsável pelas colocações a tempo e horas é o Ministério da Educação.
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